segunda-feira, 8 de março de 2010


eugénio
na noite te devoro Lorca de sangue
de Granada
se vires o futuro isto é a mãe da campina
rasurás a tua mão
senti-a na madrugada
de Setenta na falda de Torga
o poeta fazia amor no feno
Gabriela amava Espichel
eu seria o sol do Futuro
se o Futuro acontecesse

se
raras as noites presentes
admiras o irreal
os frutos da tua foz
e aí vemos que o pijama não é deles
vou sempre pensei vou
vou irei
fui

a invisibilidade de deus
raras as noites de delfos
se entrasses no campo de alpedrinha
a mãe suada ser-te-ia presente
fecunda
quase o oásis do olhar
eugénio comia as laranjas enquanto pensava nos campos de alpedrinha
os pijamas também morrem com o poeta

o som do último sol de uma praia selvagem
sabemos que a praia é o corpo
raramente navegámos águas assim
move-se a vida
o corpo solar

a passagem para o sonho
caeiro guardaria rebanhos
o corpo fenece no veludo azul
na noite te devoro
Lorca de sangue
de Granada
se vires o futuro isto é a mãe da campina
rasurás a tua mão
senti-a na madrugada
de Setenta na falda de Torga
o poeta fazia amor no feno
Gabriela amava Espichel
seria o sol do Futuro
se o Futuro acontecesse

poema último


na noite de sophia
rumorejo o silêncio de eugénio
a felicidade do sol da alma
na maresia de odeceixe

do azul da perda
das viagens esquecidas
seria a noite fluida

o rio passará por aqui.
será breve, rasurado, quotidiano.
amoroso, diria eugénio.
voar será o seu destino.

agosto.
silêncio.
quase um voo emergente na pedra secular - amassada de húmus...

sexta-feira, 5 de março de 2010


prenhes de solidão as árvores resistem
à voraz diferença do recorte translúcido
eugénio escreveria coisas emergentes
tais como energia plano rasura
dos dias eternos no regaço de sua mãe

quinta-feira, 4 de março de 2010


a imensidão
vagueia no azul
na luz solar
repete os dias
na brancura do oásis
procura o amor
desconhece que o encontrará
na madrugada